O resultado parecia improvável pelo futebol mostrado pelas duas equipes no primeiro tempo. O Fogão foi amplamente superior, mandou duas bolas na trave – uma delas em cobrança de pênalti – e só não garantiu a vitória pela sua própria falta de qualidade. Como no futebol pouco adianta mais volume de jogo se a bola não entra, o Furacão voltou para a etapa final tentando surpreender, e conseguiu.
O Jogo
Nunca um placar sem gols foi tão favorável ao Atlético neste Brasileirão. Os 45 minutos iniciais no Engenhão estiveram longe de agradar o técnico Antônio Lopes e o placar só não foi movimentado graças à dupla de ataque do Botafogo – André Lima e Victor Simões. Ambos abusaram das chances de até decidir o jogo ainda no primeiro tempo. Do outro lado, Patrick e Wesley pouco pegaram na bola e, quando a tiveram, quase nada fizeram.
Ainda assim, o começo da partida foi promissor. O equilíbrio prevaleceu nos primeiros 10 minutos, com os dois times buscando o ataque e parando nas defesas ou nos próprios erros. Entretanto, do 11º minuto em diante, o Fogão tomou a iniciativa das ações e o Furacão foi recuando gradativamente, chegando a ficar com o seu time todo no seu campo em diversas ocasiões.
Lúcio Flávio, de falta, e Victor Simões, da entrada da área, mandaram para fora duas ótimas chances de marcar para os cariocas. Aos 17 minutos, o zagueiro Chico deu uma mãozinha, literalmente. O camisa 4 do Atlético puxou a camisa de André Lima na área e o árbitro cearense Francisco de Assis Almeida Filho marcou o pênalti. O próprio Lima foi para a cobrança e, apesar de tirar o goleiro Galatto, acabou mandando no poste esquerdo.
Menos de um minuto depois, em rápido contra-ataque, Victor Simões saiu na cara do gol, deixou a zaga e Galatto no chão, mas a bola caprichosamente bateu na mesma trave que o companheiro havia acertado pouco antes. O sufoco na meta atleticana contrastou com a tranqüilidade do lado do goleiro Castillo. Salvo algumas saídas do gol para cortar cruzamentos ou escanteio, o uruguaio praticamente não apareceu, tamanha inoperância do Atlético.
Assim como em jornadas anteriores, os meias Paulo Baier e Marcinho estiveram muito apagados. Desta maneira, Wesley ainda tentou algumas “correrias” para cima dos defensores do Alvinegro carioca, mas todas foram pouco produtivas. Isolado, o atacante Patrick pouco participou. Com este panorama, ou o Furacão mudava a sua postura, ou o empate deveria ser comemorado como vitória.
De olho dos três pontos, Ney Franco colocou Léo Silva no lugar de Batista, tentando deixar o Botafogo ainda mais ofensivo. Os primeiros minutos da etapa complementar pareciam uma sequência do primeiro tempo, contudo tão logo o nervosismo carioca aumentou e a marcação rubro-negra encaixou, o panorama mudou totalmente. Depois de um perigoso cruzamento de Alessandro, e que um trio de botafoguenses furou, o abafa perdeu força.
A medida que os donos da casa deixavam de atacar o Atlético passou a se soltar em campo, procurando os contra-ataques em velocidade. Em um deles, a bola não levou perigo, mas rendeu uma falta lateral. No mesmo lance, o goleiro Castillo queixou-se de uma lesão e deu lugar a Flávio. Nem bem aqueceu, o camisa 12 teve de buscar a bola dentro das redes. Paulo Baier cruzou, Manoel tocou, Patrick raspou e tirou do arqueiro do Fogão. Eram 23 minutos.
Dois minutos depois, Victor Simões perdeu uma chance incrível do empate, na pequena área e livre de marcação. A derrota parcial e os inúmeros gols perdidos minaram a reação do Alvinegro e o Furacão passou a valorizar a posse de bola, ora tocando e esperando o tempo passar, ora procurando os contra-ataques. Todavia, o segundo gol não saiu.
Esta foi a terceira vitória seguida do Furacão, que alcança os 21 pontos, se afasta ainda mais da zona do rebaixamento do Brasileirão e agora está em 13º na tabela. Já o Alvinegro caiu para 14º, com seus 19 pontos. Na próxima rodada, no domingo que vem, o Rubro-Negro recebe o Barueri na Arena da Baixada, às 18h30.
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