domingo, 4 de outubro de 2009

O FURACÃO QUE TODOS QUEREM VER

Paulo Baier comandou o Atlético na vitória sobre o Corinthians em SP


O Atlético Paranaense foi até o estádio Pacaembu, em São Paulo, neste sábado (3), e com propriedade venceu o Corinthians por 3 a 1. Com o resultado, construído com gols de Paulo Baier, Wallyson e Wesley (Jucilei descontou para o Timão), o Furacão abriu oito pontos de vantagem sobre a temida zona do rebaixamento do Brasileirão. Grande resultado para o aplicado e obediente rubro-negro.

A tática preparada pelo técnico Antônio Lopes surpreendeu o adversário. Esperando um time retraído, o Corinthians teve de se multiplicar em campo para tentar reverter a vantagem que o Furacão criou taticamente. “Nossa equipe foi muito obediente taticamente e cumpriu o que o Lopes pediu. Estão todos de parabéns, principalmente o Lopes pelo esquema que ele montou. Compramos a ideia e deu tudo certo”, disse o volante Rafael Miranda, que ao lado de Valencia foi impecável na marcação.

Para o goleiro Galatto, o time ganhou por ser uma equipe de amigos. “O futebol é equipe e todo mundo precisa se doar. Somos amigos e cada um dá um pouco a mais para ajudar o companheiro. Nos doamos e conseguimos o resultado”, concluiu.

O jogo

Antes de a bola rolar, o que mais se comentava era a estreia do meia Edno, contratado junto à Portuguesa, e a volta do atacante Ronaldo, bem como a presença do meia argentino Defederico no banco de reservas. Enquanto as atenções se voltavam para o time paulista, o Atlético foi a campo calado e determinado. Obediente taticamente, o Furacão começou a fazer o seu trabalho sem alarde.

Após encontrarem o melhor posicionamento em campo, os times começaram a buscar o gol adversário. O Atlético se preocupou em não deixar espaços na marcação e, sempre que possível, partir em contra-ataque para surpreender. O Corinthians tinha a intenção de pressionar, mas encontrou no bem montado sistema defensivo atleticano uma dificuldade inesperada.

A partida seguiu sem grandes chances para nenhuma das equipes. A primeira – talvez a melhor delas – apareceu aos 23 minutos de jogo. Nei fez um grande lançamento pela direita e encontrou Wallyson em grande posição. Ele avançou e tocou para Marcinho, que aparecia dentro da área. Num drible de corpo eficiente, o meia deixou o marcador para trás e de perna esquerda chutou rasteiro, rente à trave do goleiro Felipe. “Acabei fazendo bela jogada ali, mas a finalização não saiu tão forte quanto eu esperava”, disse Marcinho, decepcionado pela chance perdida.

Pelo Corinthians, pouca eficiência e perigo. O time chegava nas bolas paradas (faltas ou escanteio, sempre cobrados por Edno), mas pouco ameaçava o gol de Galatto. Ronaldo, que mesmo fora de forma, é o toque de qualidade do elenco corintiano, recebeu poucas bolas e foi muito bem marcado. “Estamos trabalhando melhor a bola lá atrás. Temos que valorizar. O Ronaldo não vai correr atrás do Manoel ou do Rhodolfo. Vamos fazer ele se cansar tocando a bola”, completou o observador Marcinho.

O primeiro tempo acabou sem muitas emoções. O Corinthians parecia desinteressado do jogo, enquanto o Atlético crescia de produção e se aproximava do seu gol. Paulo Baier resumiu bem a missão atleticana. “Dá para arriscar um pouco mais. Estamos tocando bem, não dando oportunidades para o Corinthians. Se acreditarmos mais dá para chegar e finalizar mais”, afirmou.

Seguindo à risca o que disse, Baier seguiu no comando do Atlético na segunda etapa. Por pouco o ímpeto atleticano não foi frustrado aos 3 minutos. Ronaldo recebe a bola e na dividida acaba caindo. Na sobra, Dentinho chutou com categoria e Galatto saltou para grande defesa.

Pouco tempo depois, apenas três minutos, o Atlético abriu o placar no Pacaembu. Wallyson, que havia feito um primeiro tempo ruim, se recuperou após o intervalo e depois de belíssima jogada pela direita, cruzou com capricho para o chute preciso de Paulo Baier, de dentro da grande área, no ângulo do goleiro Felipe.

O gol não chegou a abalar o Corinthians. Ciente de que o jogo não lhe era favorável, o time paulista seguiu pressionando e se jogou para o ataque, deixando, por vezes, a defesa desguarnecida. Mesmo assim, valia o risco para chegar ao empate. Ele quase veio aos 12 minutos. Ronaldo dominou na direita e cruzou com perfeição. Elias apareceu e chutou na rede, mas pelo lado de fora.

Elétrico no segundo tempo, Wallyson participava da maioria das jogadas do Atlético. Mas foi em um lance individual que ele marcou o segundo gol do Furacão. Aos 22 minutos, ele recebeu pela direita, avançou em velocidade e não encontrou resistência. Já dentro da área, ao invés de fazer o levantamento, o Possesso bateu cruzado e acertou o canto direito de Felipe. A bola ainda bateu na trave, antes de morrer na rede.

O gol irritou os corintianos, que definitivamente se lançaram ao ataque. Aos poucos criaram chances de gol e o perigo aumentou. Aos 37, em cobrança de falta, os paulistas diminuíram a vantagem atleticana. Numa inversão de papéis, Ronaldo fez a cobrança da falta e após o desvio de Chico, Jucilei, que acabara de entrar, cabeceou e encobriu o goleiro Galatto.

O gol corintiano deixou o clima tenso para o Atlético. Apesar de ter dominado o jogo, ele viu o risco do empate cada vez maior. Até os 47 minutos do 2º tempo. Num lance sem pretensão, Wesley recebeu de frente para o gol e arriscou o chute. Felipe aceitou o frango e decretou a vitória do Atlético por 3 a 1.

Com o resultado, o Furacão segue na 14ª posição, mas agora chega aos 34 pontos e abre oito de vantagem sobre o primeiro time que estaria rebaixado. Na próxima rodada o Rubro-Negro recebe o Grêmio, quarta-feira (7), na Arena da Baixada, às 21 horas.

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