quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

SEM VENCER FORA

Poucos torcedores do CAP foram ao jogo

Atlético Paranaense e Cascavel não saíram do zero na noite desta quarta-feira e protagonizaram o primeiro empate sem gols no Estadual 2010. Em pouco mais de 90 minutos de bola rolando no Olímpico Regional, pouca qualidade se viu, característica que duelou com a falta de técnica e tática apresentada pelos dois times. As chances de gol também foram reduzidas, a maioria restrita a chutes de longa distância.

Se o pé dos melhores chutadores da Cobra e do Furacão não estava calibrado, a organização das equipes e a análise dos dois treinadores – Elói Krüger e Antônio Lopes – também auxiliou à igualdade no Oeste do estado. No primeiro tempo, os cascavelenses empurraram o Rubro-Negro para trás e até esboçaram uma pressão, mas sem qualidade para anotar. As melhores oportunidades, na primeira etapa, foram do Furacão.

O Atlético até melhorou um pouco na etapa complementar, tocando mais a bola, contudo o posicionamento da equipe, com o zagueiro Manoel de lateral-direito, o volante Alan Bahia perdido entre três funções diferentes e outros jogadores também perdidos na mesma medida, minaram a qualidade superior que o time da Baixada possui individualmente. As “invencionisses” ainda põem uma interrogação no futuro atleticano.

O Jogo

A empolgação da goleada de 8 a 0 aplicada pelo Atlético sobre o Serrano, no sábado passado, animou torcedores do clube e vários foram ao Olímpico Regional. Já o futebol apresentado pelo Furacão longe dos seus domínios esteve distante do que foi visto diante da equipe de Prudentópolis. Melhor para o Cascavel, que ficou mais com a bola, impôs o seu ritmo e só não marcou pelas próprias limitações.

O início da partida não apresentava isso. A iniciativa era atleticana nos primeiros cinco minutos, com arremates a gol inclusive. Entretanto, com velocidade e uma certa ousadia, a Cobra foi se soltando e empurrando os atleticanos para trás. O fato do Rubro-Negro estar claramente desarrumado em campo, como um verdadeiro “amontoado de jogadores”, contribuiu para o predomínios dos cascavelenses.

Quando tinha a bola, o Furacão ora afunilava demais as jogadas pelo meio, ora simplesmente apelava aos “chutões”, ou ainda errava passes fáceis, dando o contragolpe ao adversário. Veloz, o ataque da Serpente variava as suas investidas, ora pelas duas laterais, com cruzamentos e pelo meio, mas a falta de precisão no toque ou arremate final praticamente não exigiu do goleiro Neto alguma participação mais efetiva.

Gritando da lateral de campo desde os primeiros movimentos, o técnico Antônio Lopes pedia mais do que seu time, sobretudo toque de bola. Na segunda parte do primeiro tempo o time esboçou fazer isso, e desta forma criou as duas chances mais claras de gol, uma com Bruno Mineiro, salva pelo reflexo do goleiro Veloso, e outra com Marcelo, que chutou bem, mas a bola caprichosamente saiu pela linha de fundo.

“Temos que acertar essa marcação, ficar mais com a bola e tocar”, advertiu Alan Bahia, que foi um pouco de tudo nos 45 minutos iniciais, atuando como volante, meia e ala direito. “Quando paramos de dar chutão e tocamos, conseguimos chegar. Temos que fazer mais isso”, completou Bruno Mineiro.

Na base da conversa, Antônio Lopes esperava consertar a equipe atleticana para melhorar o seu futebol e buscar os gols que não vieram na primeira etapa. O técnico e os torcedores viram uma leve melhora, causada sim pelo papo nos vestiários, assim como pela falta de fôlego do Cascavel para imprimir o mesmo ritmo. Em 15 minutos, os visitantes criaram duas chances, ambas com arremates de longa distância, os quais poderiam ter mudado a história do jogo, mas não entraram.

Cansado de esperar pelo gol, o Delegado tirou Marcelo e Alex Sandro para as entradas de Wallyson e Tartá, este último fazendo a sua estreia. O meia, aliás, correu bastante e quis produzir o que a equipe não havia conseguido até então, porém a inspiração não acompanhava o Rubro-Negro no Olímpico Regional. Vendo que o Atlético não levava tanto perigo, a Serpente voltou a imprimir algum ritmo ofensivo.

Quando começou a chegar ao gol de Neto, o Cascavel encontrou as mesmas limitações da etapa inicial, falhando na decisão e no arremate final. Novamente, Neto pouco foi exigido, mostrando muita segurança quando necessário. A partida se arrastava, com poucas emoções, rumo ao primeiro 0 a 0 do Campeonato Paranaense. A entrada de Bruno Furlan no lugar de Netinho ainda era uma última tentativa de “oxigenar” o ataque rubro-negro.

A tentativa, uma última cartada do comandante atleticano, só gerou apenas mais correria e pouca efetividade. Um resumo do que foi o confronto: vontade e desorganização na mesma medida no gramado.

Com cinco pontos, o Atlético é apenas o sétimo colocado. Na próxima rodada, a equipe terá de fazer mais para vencer o Corinthians-PR, vice-líder, na Arena da Baixada.

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