domingo, 25 de outubro de 2009

DESCUIDO TOTAL

Paulo Baier foi o aniversariante do dia, ele bateu o escanteio que Ariel marcou contra

Um Atletiba como há muito não se via. Em uma virada emocionante, o Coritiba conseguiu, com gol de Marcos Aurélio aos 46 minutos do segundo tempo, o gol que garantiu a vitória por 3 a 2 sobre o rival Atlético Paranaense. Em sua 341.ª edição, o maior clássico do futebol paranaense entrou para a história como o de maior número de gols em uma só partida (cinco) pelo Brasileiro. Ariel e Jeci marcaram os outros dois gols do coxa, enquanto Ariel (contra) e Marcinho fizeram para o furacão.

O jogo, no estádio, foi marcado pela festa das torcidas. A do Atlético fez a festa até os 45 minutos do tempo, deixando o campo decepcionada depois disso. Nos números finais, 32.838 torcedores pagaram para ver o clássico Atletiba.

O Jogo

O apito do árbitro Paulo César de Oliveira iniciou o 341.º Atletiba. Os primeiros minutos de jogo deram a nítida impressão de que os 90 minutos que viriam a seguir seriam de pura emoção, mas também de que a marcação daria o tom de todo o espetáculo.

Aos 33 segundos, Paulo Baier foi advertido com um cartão amarelo por falta violenta. A forte “pegada” não foi um artifício usado apenas pelos visitantes. Aos 14 minutos foi a vez de Leandro Donizete (com dez minutos de atraso, pois já deveria ter sido advertido por um “safanão” que deu em Valencia aos 4) também ganhar uma advertência por excesso de força em uma dividida com Wallyson.

O primeiro chute com perigo foi coxa. Aos 13 minutos, em jogada ensaiada nos treinamentos, Marcelinho rolou para Carlinhos chutar forte, por cima do gol de Galatto. O Atlético foi mais eficiente e quando chegou, abriu o marcador.

Melhor jogador do Atlético, Paulo Baier entrou em campo como o aniversariante do dia e quem deu o presente foi o atacante coxa Ariel. Em uma cobrança de escanteio pelo lado esquerdo, Baier cobrou fechado no primeiro pau. Ariel, tentando ajudar na marcação, cabeceou para trás, mas acertou seu próprio gol. Com as mãos no rosto, o atacante argentino lamentou a falha terrível.

Mas o abatimento não interferiu em nada no espírito guerreiro do avante alviverde. Enquanto os atleticanos ainda comemoravam nas arquibancadas, o Coritiba aproveitou o momento de desatenção e foi para cima. Em rápida jogada pela esquerda, Marcelinho Paraíba avançou com liberdade e cruzou rasteiro e fechado. Ariel, após se desvencilhar do marcador com um jogo de corpo, empurrou para as redes de Galatto da entrada da pequena área, sem chances de defesa.

Como sempre, o clássico foi se definindo nos detalhes. “Clássico é assim. Quem erra menos, sai vencedor. Precisamos de atenção nas bolas paradas, porque na dinâmica o nosso time esta muito bem”, disse o zagueiro Jeci, do Coritiba. “Sabíamos que a marcação seria forte, mas graças a Deus nosso time esta bem. Saímos na frente, mas numa bobeira sofremos o gol”, comentou Paulo Baier.

O jogo seguiu equilibrado, com as duas equipes buscando o gol adversário, mas com responsabilidade. O anfitrião era melhor e criava mais chances, mas os visitantes tentavam surpreender e aproveitar qualquer brecha. Alguns jogadores estavam apagados no jogo e em raras oportunidades mostravam que poderiam ser decisivos, como Alex Mineiro e Carlinhos Paraíba, para citar um de cada lado.

A última pitada de emoção no primeiro tempo foi dada pelo lateral-direito Ângelo, do Coritiba. Numa cobrança de falta, ele colocou a bola com muita categoria na forquilha de Galatto. Por centímetros, não marcou o gol da virada Alviverde antes do intervalo.

Insatisfeito com o desempenho ofensivo da sua equipe, que realmente criou poucas oportunidades de gol, Antônio Lopes tirou Wallyson e apostou em Marcinho. Na zaga, colocou Chico no lugar do contundido Rhodolfo. Ney Franco resolveu apostar mais alguns minutos nos mesmos 11 jogadores que começaram jogando.

Tempo perdido. Aos seis minutos o técnico Coxa tirou o lateral Ângelo e escalou Marcos Aurélio. A mudança prejudicou o desempenho da equipe, que tinha no lado direito do campo sua principal alternativa. Rapidamente Franco percebeu a perda da opção e convocou Márcio Gabriel para trabalhar naquele setor, no lugar de Leandro Donizete.

Em sua primeira participação, Márcio Gabriel garantiu o “bicho”. Em progressão pela direita, adiantou a bola e recebeu a pancada dura de Alex Sandro, que perdeu o tempo da bola e acertou a perna do adversário. Sem perdão. Paulo César Oliveira expulsa o atleticano sem nem mostrar o cartão amarelo.

O Coxa se lançou ao ataque. Em jogada pelo lado do campo, Marcos Aurélio caprichou no cruzamento e mandou para a área. Nei tenta tirar, Dirceu tenta o chute e Jeci aparece para bater com firmeza, à meia altura, direto nas redes de Galatto, decretando a virada para o Coritiba. 2 a 1 no Couto Pereira.

Ney Franco foi decisivo, pois os jogadores em que ele apostou mostraram resultados imediatos, afinal Márcio Gabriel participou do lance que originou a expulsão de Alex Sandro e Marcos Aurélio fez a jogada que resultou o gol de Jeci. Mas foi Marcinho, aposta de Lopes no começo do segundo tempo, quem incendiou a partida.

Aos 28 minutos, o meia Paulo Baier – presente em praticamente todas as jogadas ofensivas do rubro-negro – fez o lançamento/cruzamento para a área e Marcinho, aproveitando a desatenção coxa na marcação, apareceu sozinho. De primeira, fuzilou as redes do goleiro Edson Bastos, sem chances de defesa. 2 a 2.

Ao contrário do que se esperava, os times diminuíram o ritmo, provavelmente pelo cansaço. Além de corrido, o jogo foi marcado pela forte marcação das duas equipes. Mas a emoção maior estava reservada para o final. Aos 46 minutos, Marcinho faz uma falta boba na risca da grande área, na cobrança Marcelinho Paraíva rolou a bola para Marcos Aurélio, que entrava em velocidade. O atacante sozinho acertou um belo chute e estufou as redes atleticanas, garantindo a vitória para dos coxinhas.

O Furacão, em 14.º (com 39 pontos), dois a mais que o Coxa e, por consequência, mantém boa distância sobre os adversários da parte debaixo da tabela. Na próxima rodada, o Rubro-Negro encara o Santos, quarta (28), a partir das 19h30.

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